quinta-feira, 17 de março de 2011

Os Forcados II – A Pega

A pega do toiro baseia-se numa técnica precisa. Existem vários tipos de pegas, as mais conhecidas e utilizadas nos nossos dias são a pega de caras e a pega de cernelha.
Na pega de caras, o primeiro elemento, o forcado da cara, tem como objectivo fechar-se na cara do toiro, após se ter agarrado aos cornos ou ao pescoço do toiro e amortecido o choque da investida. Não se espera que esse forcado segure o toiro sozinho, apenas se lhe exige que aguente os derrotes com que o touro o tenta lançar fora, até que os restantes sete forcados o ajudem, também sob uma determinada técnica, secundem o seu esforço e imobilizem o toiro. Nessa altura a pega é consumada e o touro é libertado.
Também a pega de cernelha obedece a uma técnica. Executada por dois elementos, o cernelheiro e o rabejador, esperam o encabestrar do toiro para tentar a sua sorte. Desta feita a tentativa da pega é feita por um elemento agarrado de lado e outro ao rabo do touro, com o mesmo objectivo, imobilizar o touro.
A estética está sempre presente. O forcado vale pela sua serenidade e sangue frio, mas também pela sua qualidade artística. Não necessita de invulgar força, antes terá de desenvolver qualidades psicológicas, pelo que se diz que a pega é uma escola de virtudes. Quando um forcado caminha na arena em direcção ao toiro, sem outra protecção que a confiança na sua habilidade, terá de vencer a luta consigo próprio. O medo está sempre presente e a contrapor tem acima de tudo o apoio dos seus companheiros, a dependência um dos outros fá-los ter entre si uma amizade única que os acompanha pela vida fora.
O cernelheiro e o rabejador esperam o encabestrar do touro para poderem tentar a entrada sem serem vistos. Depois da entrada, o objectivo da pega de cernelha é o mesmo, imobilizar o toiro para que a pega se considere realizada.

Catarina e Vitor

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