quinta-feira, 26 de maio de 2011

A ti, tu que te chamas anti-taurino !

Aqui deixamos um texto para todos os anti-taurinos que condenam uma paixão que nem eles próprios a conhecem ...

"A ti, tu que te chamas anti-taurino e nunca tiveste o menor contacto com um toiro. A ti, que dizes que defendes um animal do qual só te lembras quando toca ir em manifestação... A ti, que para atacar o que consideras um espectáculo desagradável só te ocorre desnudar-te e cobrir-te de tomate... A ti te digo, sim, a ti, desde o respeito que os que nos denominamos aficionados praticamos para convosco... Senta-te um dia com um toureiro, fala com ele, escuta-o. Só assim poderás saber o que é amar a um animal, viver por ele. Deixa que te conte como quando todavia era um menino deixou de lado os brinquedos  e decidiu começar a jogar a vida... Pergunta-lhe porque preferiu ignorar a sua juventude para sacrificar-se por um sonho, um sonho que sabia de antemão seria praticamente impossível de alcançar. Tenta compreender o que significa esquecer-se de tudo... até de ti mesmo, pensando, vivendo e sonhando com esse animal que tu dizes tanto defender... Imagina-te afastado da tua família, dos teus amigos, da tua terra e da tua gente. E uma tarde de Inverno agasalha-te e vai ao campo com ele,  observa como nasce esse animal ao qual tanta devoção dizes professar e vê como te investe quando ainda nem tem forças para colocar-se de pé ... A próxima vez não poderás dizer que não nasceu para lutar, que não é esse o seu instinto. Passa tardes, meses e anos pensando nele ao levantares-te e sonhando com ele quando chegue o final do dia... Perde mulheres, amigos e família que nunca chegarão a entender que o pusesses à frente de tudo e de todos, gente que te quis com loucura  mas que não puderam suportar as tuas ausências, que o tentarão por todos os meios, mas que nunca chegarão a entender essa obsessão que os deixava sempre em segundo plano e te converteu num ser pensativo e solitário... Mais tarde, diz ao toureiro que te leve uns dias ao seu retiro invernal no campo e pede-lhe que te apresente a um ganadeiro. Acolher-te-á em sua casa sem pensar duas vezes e te contará a verdade da vida do toiro, é o único que te poderá explicar como vivem, como lutam entre eles, como fazem por ser os melhores nessa arena que para ti é um matadouro. Provavelmente entre os dois chegarão a aborrecer-te com tantas histórias de tentaderos, de tardes de gloria e de noites de decepção, porque as coisas não saíram como esperavam. Quando chegar o amanhecer eles continuarão a contar-te episódios cujo único protagonista será sempre o mesmo: O Toiro. Se depois de tudo isto ainda tiveres força, sai para o campo e põe-te cara a cara com um toiro, frente a ele de peito descoberto,  olha-o nos olhos e tenta adivinhar o que é que pensa fazer... Imagina só por um momento a dor de uma cornada... Pensa-te disposto, convencido e mentalizado de deixar-te matar. Depois volta para tua casa. Na próxima manifestação, põe-te nú, enche-te de tomate, coloca umas falsas bandarilhas,  grita e afirma que defendes o toiro bravo, que o amas... Ao mesmo tempo que estiveres efusivamente nessa manifestação haverá um toureiro chorando porque não soube entender um toiro, haverá um ganadeiro defendendo uma camada que se não fosse lidada na praça já há muito tinha sido condenada à morte, haverá um maioral dando de comer a cem animais que conhece pelo nome de olhos fechados, haverá um jovem a pedir boleia para ir a um tentadero, haverá uma pessoa jogando-se a vida na Praça, haverá mil, dois mil, dez mil pessoas desfrutando de uma arte maravilhosa, de uma sensibilidade extrema, de uns punhos prodigiosos, de um baile que só podem dançar os valentes... Mas são vocês que defendem o toiro bravo... Não brinqueis com o seu futuro pois estarei a brincar com o futuro de muita gente que vive só para que esse animal respire. Não quero com este texto convencer-vos de nada. Mas não tentem convencer-me a mim de que nós não amamos o toiro bravo.” 
Autor Desconhecido 
Catarina Costa e Vitor Cardante

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